Nos últimos dias, uma série de fatos importantes tem desencadeado um verdadeiro alerta mundial e descontrole nas bolsas de valores por todo o mundo. No meio desta turbulência a forte alta do dólar tem chamado a atenção dos investidores.
No artigo de hoje, analisaremos a alta do dólar, para que você possa entender o que está por trás desta forte disparada da moeda americana.
Alta do dólar: Porque a moeda americana não para de subir?
Veja agora, alguns motivos levantados pelos analistas do mercado financeiro e economistas para a forte alta do dólar, principalmente nos últimos dias.
Esse não é um questionamento simples, nem mesmo para os grandes economistas e analistas de mercado. O dólar é uma moeda internacionalizada e muito forte, sendo assim, é preciso destacar que as suas oscilações podem está diretamente ligada a diversos fatores e acontecimentos ao redor do mundo.
Atualmente, vivenciamos uma crise mundial de saúde, relacionada a pandemia e ao avanço do coronavírus, em um primeiro momento a China, que pode ser considerada a maior potência econômica asiática, figurando também entre as maiores economias do mundo se viu obrigada a paralisar as suas atividades produtivas em uma tentativa de minimizar os efeitos e a escala de contágio do coronavírus que deixava vários mortos pelo país.
O início do coronavírus na China pode ser visto como um dos primeiros fatores para a forte alta do dólar, com a economia chinesa praticamente paralisada, muitos investidores decidiram por retirar seus investimentos no país, apostando em outra grande potência, que é justamente os Estados Unidos da América, que até não sofre com o coronavírus nas mesmas proporções que a China.
Cabe destacar, que qualquer situação que afete significativamente uma potência como a China, causa reflexos em todo o mundo, sobretudo em virtude de sua representatividade nas balanças comerciais de outros países.
A China é um país gigantesco em termos populacionais e muito forte no setor produtivo e nas fábricas. Diversos dos produtos que você utiliza hoje, como por exemplo o seu notebook ou Smartphone foram produzidos na China ou ao menos possuem algum componente importado daquela região. Outro ponto interessante é a necessidade da China de comprar produtos, sobretudo aqueles ligados a alimentação de outros países, em virtude também de suas dimensões populacionais, sendo assim, ao enfrentar uma crise, é natural que o país também compre menos e afete a economia de outras nações pelo mundo.
Após a crise iniciada na China, o coronavírus acabou tomando proporções ainda maiores, espalhando-se por importantes países da Europa e da zona do Euro, uma moeda forte e que possuí também grande importância na economia mundial.
Com o avanço do coronavírus pela Europa, assim como ocorreu na China e em uma espécie de efeito dominó, a economia e a produtividade dos países daquela região sofrem desaceleração e contribuem para que mais investidores procurem pelo dólar, elevando o seu preço e justificando a sua alta.
No entanto, o que mais intriga os economistas é o fato do dólar continuar subindo mesmo com a chegada do coronavírus ao país. Na opinião de boa parte do mercado, este fenômeno acontece em virtude de a moeda americana ser vista como uma moeda forte e estável e também devido às proporções do coronavírus nesta região do mundo, ainda estarem em escala muito menor que no restante do planeta.
A alta do dólar nos últimos dias, também está relacionada a crise do petróleo.
Recentemente a Rússia e a Arábia Saudita, países que estão dentre os maiores produtores mundiais de petróleo resolveram entrar em uma guerra de preços que abalou o mercado internacional de commodities.
Tudo começou após uma reunião da OPEP – Organização dos Países Produtores de Petróleo em que foi sugerido uma redução na produção mundial de petróleo com o intuito de regular a balança comercial, visto que devido ao grande volume mundial de produção, o preço do barril de petróleo estava em forte queda.
No entanto, a Arábia Saudita informou que participaria do acordo, apenas caso a Rússia também reduzisse a sua produção. O grande problema começou justamente neste ponto, pois a Rússia que não participa da OPEP informou que não reduziria a sua produção de petróleo.
Em contrapartida ao anúncio da Rússia, a Arábia Saudita informou ao mercado uma grande redução no preço do barril de petróleo e um aumento ainda maior de sua produção já para o próximo mês.
Com a redução do preço do petróleo a economia de vários países ao redor do mundo e inclusive o Brasil sofrem fortes consequências. Após este anúncio, podemos destacar a queda brusca nas ações de diversas empresas, sendo uma das mais afetadas dentre elas justamente a Petrobras.
Mas, o que tem haver a alta do dólar com esta briga entre Arábia Saudita e Rússia? É impossível apontar apenas um fator relacionada ao petróleo para a alta do dólar.
No entanto, merece destaque o grande número de investidores que em busca de evitar maiores perdas deixam de investir no petróleo e passam a investir justamente no dólar.
Esse fenômeno acontece, justamente porque as maiores empresas ao redor do mundo também estão sofrendo grandes perdas e desvalorização do coronavírus.
Em meio a um ambiente de mercado hostil em que o petróleo está em forte queda e as principais empresas ao redor do mundo também, o dólar acaba despontando como uma boa opção para investimentos, justificando mais uma vez a forte alta do dólar.
O Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos), realizou neste domingo mais um corte na taxa de juros, reduzindo o percentual para níveis extremamente baixos, com valores variando entre 0% a 0,25%.
Este é o segundo corte realizado pelo Fed em um período de menos de duas semanas. Este é o menor nível alcançado pela taxa de juros americana, desde a crise econômica de 2008, ocasião em que a taxa também chegou a 0,25%.
Segundo os Estados Unidos, o corte nas taxas de juros é mais uma medida de emergência para sustentar a economia do país em meio aos reflexos da pandemia mundial do coronavírus. Trata-se de uma ação coordenada anunciada também por outras potências, como Reino Unido, Japão, Zona do Euro, Canadá e Suíça.
O Fed também anunciou a compra de US$ 500 bilhões em títulos do Tesouro e de US$ 200 bilhões em valores hipotecários.
Esta política monetária adotada pelos Estados Unidos é vista como um estímulo positivo para economia do país, o que acaba naturalmente atraindo diversos investidores ao redor do mundo, especialmente em um momento de crise mundial como esse.
Em meio a preocupação dos investidores com a forte alta do dólar, é muito comum ouvir pessoas procurando informações sobre quando o dólar vai operar em baixa e se voltará aos patamares anteriores a guerra fria do petróleo e a crise do coronavírus.
Definitivamente, esta é uma pergunta muito complexa e que possui muitas variáveis, dificultando uma previsão assertiva quanto ao comportamento do dólar. Entretanto, é possível atrelar a sua futura estabilização justamente a resolução dos fatores que contribuíram para sua forte escalada.
Acredita-se em uma reversão da alta do dólar, assim que o coronavírus for controlado ao redor do mundo. Infelizmente o vírus ainda está sendo investigado por cientistas e não é possível definir uma data para conter o seu avanço e até mesmo erradicá-lo.
Todas as medidas que vêm sendo tomadas até o momento são uma tentativa de reduzir os impactos do vírus e dizem respeito a aspectos preventivos e educativos, como por exemplo, evitar a aglomeração de pessoas, o que naturalmente poderia contribuir para uma escalada mais forte do vírus.
Aguarda-se também uma solução para o conflito de mercado envolvendo a Rússia e a Arábia Saudita, o que poderia estabilizar o preço do barril de petróleo, acalmando os ânimos dos investidores e contribuindo para a estabilização do dólar.
Aqui no Brasil, podemos sentir de perto as consequências da pandemia mundial do coronavírus.
Enquanto escrevíamos esta matéria a Bovespa registrava o seu 5º Circuit Breaker em um período de apenas 6 pregões, fato que até então não tinha acontecido antes.
A nova paralisação do mercado, acontece em meio às expectativas do mercado em relação aos reais efeitos das medidas anunciadas pelo Federal Reserve (FED) e outros bancos centrais, além das expectativas em relação a pandemia do coronavírus.
Para nós, investidores é importante manter a cautela e esperar a estabilização da economia mundial e melhora dos ânimos no mercado financeiro.
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