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Taxa Selic em 3,75% : Veja o que muda com o corte de juros anunciado pelo Copom

18 de março de 2020 - 60 views Taxa Selic em 3,75% : Veja o que muda com o corte de juros anunciado pelo Copom

O Comitê de Política Monetária do Banco Central – Copom, reduziu a Taxa Selic pela sexta vez consecutiva, o corte de 0,5% foi anunciado após reunião realizado nesta quarta feira, 18 de março. Com a nova decisão do Copom, a taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic renova o seu patamar histórico, alcançando 3.75% ao ano.

Antes da pandemia mundial do novo coronavírus, o Copom já havia sinalizado pelo fim do ciclo de quedas na taxa Selic. No entanto, devido aos severos reflexos econômicos ocasionados pelo coronavírus, autoridades em todo o mundo tem anunciado medidas econômicas que visam socorrer empresas, manter postos de trabalho e minimizar os efeitos negativos do que podemos considerar como a mais nova crise econômica e humanitária mundial.

Antes mesmo da reunião do Comitê de Políticas Monetárias do Banco Central começar, analistas de mercado e economistas, já acreditavam em uma redução da taxa selic, que era esperada em 0,25 pontos percentuais, alcançando um patamar de 4%. A redução esperada chegou, no entanto com a Taxa Selic em 3.75% ao ano.

É importante destacar que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) dos últimos 12 meses, está em 4,01%, o que representa uma taxa básica de juros menor que a inflação, o que nos leva a juros reais negativos.

Além do Brasil, já anunciaram medida semelhante, países como Estados Unidos, Austrália, Japão, Canadá e Chile. O Banco Central ressaltou ainda, que continuará fazendo uso de todo o seu arsenal de medidas de políticas monetária, cambial e de estabilidade financeira no enfrentamento da crise atual.”

Em nota o Copom afirmou ainda, que será preciso avaliar de perto a nova conjuntura econômica para a tomada de novas decisões que merecem cautela:

“O Copom entende que a atual conjuntura prescreve cautela na condução da política monetária, e neste momento vê como adequada a manutenção da taxa Selic em seu novo patamar. No entanto, o Comitê reconhece que se elevou a variância do seu balanço de riscos e novas informações sobre a conjuntura econômica serão essenciais para definir seus próximos passos”

A Taxa Selic, serve de referência para todas as outras taxas de juros e portanto, a sua redução favorece o aumento do consumo e a redução dos juros sobre empréstimos e financiamentos.

Veja a íntegra do comunicado emitido pelo Copom, em relação a redução da Taxa Selic para 3,75%:

“Em sua 229ª reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu, por unanimidade, reduzir a taxa Selic para 3,75% a.a.

A atualização do cenário básico do Copom pode ser descrita com as seguintes observações:

  • No cenário externo, a pandemia causada pelo novo coronavírus está provocando uma desaceleração significativa do crescimento global, queda nos preços das commodities e aumento da volatilidade nos preços de ativos financeiros. Nesse contexto, apesar da provisão adicional de estímulo monetário pelas principais economias, o ambiente para as economias emergentes tornou-se desafiador;
  • Dados de atividade econômica divulgados desde a última reunião do Copom vinham em linha com o processo de recuperação gradual da economia brasileira. Entretanto, esses dados ainda não refletem os impactos da pandemia de COVID-19 na economia brasileira;
  • O Comitê avalia que diversas medidas de inflação subjacente se encontram em níveis compatíveis com o cumprimento da meta para a inflação no horizonte relevante para a política monetária;
  • As expectativas de inflação para 2020, 2021 e 2022 apuradas pela pesquisa Focus encontram-se em torno de 3,1%, 3,65% e 3,5%, respectivamente;

No cenário híbrido, com trajetória para a taxa de juros extraída da pesquisa Focus e taxa de câmbio constante a R$4,75/US$*, as projeções do Copom situam-se em torno de 3,0% para 2020 e 3,6% para 2021. Esse cenário supõe trajetória de juros que encerra 2020 em 3,75% a.a. e se eleva até 5,25% a.a. em 2021; e

  • No cenário com taxa de juros constante a 4,25% a.a. e taxa de câmbio constante a R$4,75/US$*, as projeções situam-se em torno de 3,0% para 2020 e 3,6% para 2021.

O Comitê ressalta que, em seu cenário básico para a inflação, permanecem fatores de risco em ambas as direções.

Por um lado, o nível de ociosidade pode produzir trajetória de inflação abaixo do esperado. Esse risco se intensifica caso um agravamento da pandemia provoque aumento da incerteza e redução da demanda com maior magnitude ou duração do que o estimado.

Por outro lado, o aumento da potência da política monetária, a deterioração do cenário externo ou frustrações em relação à continuidade das reformas podem elevar os prêmios de risco e gerar uma trajetória da inflação acima do projetado no horizonte relevante para a política monetária.

Considerando o cenário básico, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis, o Copom decidiu, por unanimidade, reduzir a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, para 3.75% a.a. O Comitê entende que essa decisão reflete seu cenário básico e um balanço de riscos de variância maior do que a usual para a inflação prospectiva e é compatível com a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante, que inclui o ano-calendário 2020 e, principalmente, de 2021.

O Copom reitera que a conjuntura econômica prescreve política monetária estimulativa, ou seja, com taxas de juros abaixo da taxa estrutural.

O Copom enfatiza que perseverar no processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira é essencial para permitir a recuperação sustentável da economia. O Comitê ressalta, ainda, que questionamentos sobre a continuidade das reformas e alterações de caráter permanente no processo de ajuste das contas públicas têm o potencial de elevar a taxa de juros estrutural da economia. Nessa situação, relaxamentos monetários adicionais podem tornar-se contraproducentes se resultarem em aperto nas condições financeiras.

O Copom entende que a atual conjuntura prescreve cautela na condução da política monetária, e neste momento vê como adequada a manutenção da taxa Selic em seu novo patamar. No entanto, o Comitê reconhece que se elevou a variância do seu balanço de riscos e novas informações sobre a conjuntura econômica serão essenciais para definir seus próximos passos.

O Banco Central do Brasil ressalta que continuará fazendo uso de todo o seu arsenal de medidas de políticas monetária, cambial e de estabilidade financeira no enfrentamento da crise atual.

Votaram por essa decisão os seguintes membros do Comitê: Roberto Oliveira Campos Neto (presidente), Bruno Serra Fernandes, Carolina de Assis Barros, Fábio Kanczuk, Fernanda Feitosa Nechio, João Manoel Pinho de Mello, Maurício Costa de Moura, Otávio Ribeiro Damaso e Paulo Sérgio Neves de Souza.”

Taxa Selic 3.75%, Bolsa de Valores em Colapso, como investir neste cenário?

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O novo cenário é desafiador para investidores, na verdade tornou-se desafiador para todos, investidores grandes e pequenos, empresas e até mesmo para os maiores governos do mundo. A pandemia do coronavírus, tem causado pânico e feito com que Bolsas em todo o mundo desabem, fazendo com que investidores e empresas vejam suas ações praticamente evaporar.

Em meio a este cenário, chama a atenção a perda da Bolsa de Valores brasileira, que já chegou a 42% ao ano e também da Taxa Selic em 3.75% ao ano.

Em um cenário como este, ativos de risco tornaram-se incógnitas ainda maiores, enquanto investimentos mais conservadores como o CDI não são capazes de oferecer ganhos. A grande pergunta de investidores espalhados por todo o país, é relacionada a melhor decisão a ser tomada com a Taxa Selic em 3.75% e os investimentos em renda variável, como as ações sofrendo grandes quedas e oscilações.

Podemos afirmar, que na atual conjuntura econômica mundial, nem mesmo os melhores economistas e analistas conseguem apontar uma solução totalmente segura e rentável em investimentos. Neste momento, entende-se que os investidores devem adotar cautela, mantendo suas posições e investimentos, sem arriscar tudo em mudanças que podem custar caro.

Com a Taxa Selic em 3.75%, produtos que antes ofereciam segurança e certa rentabilidade, podem até mesmo gerar prejuízo, é isso mesmo! Produtos indexados a Taxa Selic, como o CDI e a poupança, podem render até mesmo menos que a inflação do período.

Para que tenhamos uma ideia deste cenário, a atual inflação no país está na casa dos 4,01%, enquanto que com a Taxa Selic em 3.75% o retorno anual da poupança passa ao patamar de apenas 2,62% ao ano.

Comprar ou não comprar ações, no atual cenário econômico?

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Nos últimos dias, os investidores da renda variável, estão sendo exigidos no mais alto nível. É preciso verdadeiramente, ter nervos de aço, para evitar decisões precipitadas e prejuízos gigantescos, devido às grandes oscilações e desvalorizações generalizadas. O ambiente de aversão ao risco é tamanho, que fez com que o mecanismo de segurança contra oscilações bruscas da Bolsa de Valores, o Circuit Breaker, fosse acionado por seis vezes, somente nos últimos dias.

No entanto, há quem veja oportunidades neste cenário de crise. Com ações de grandes empresas e companhias em um movimento de super desvalorização, comprar pode ser uma boa opção, principalmente visando o médio e longo prazo. Pode parecer estranho falarmos em compra de ações, em um momento em que boa parte dos investidores em uma atitude de desespero, vendem as suas posições. Entretanto, é natural e esperado que após o mundo superar a crise do coronavírus, as ações voltem a subir, valorizando assim, ações compradas a o que podemos chamar de “preço de banana.”

A ideia de empresas sólidas e que demonstram resiliência e capacidade para enfrentamento e gestão de crises, pode ser uma boa saída, considerando bons retornos com futuras valorizações e estabilização de preços.

Vale destacar ainda, que a cautela deve ser mantida, portanto, não arrisque todas as fichas em apenas uma modalidade de investimentos, lembre-se, o cenário e o contexto econômico vivenciado pelo mundo hoje, é muito delicado e desafiador!

Não estou disposto a correr risco, ainda existem opções na renda fixa?

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Se você não se sente seguro para correr grandes riscos, ou então não tem total domínio e a experiência necessária para lidar com um mercado atípico e desafiador como esse, fique tranquilo, pois ainda existem opções rentáveis na renda fixa, mesmo com a Taxa Selic em 3.75%.

Semelhantemente ao que acontece na Bolsa de Valores, os títulos públicos também passam por instabilidades e variações. Devido ao cenário de aversão ao risco, o Tesouro Direto, tem oferecido aos investidores oportunidades, com riscos maiores.

Alguns papéis, com taxas de retorno pré-fixadas, chegaram a oferecer juros nominais acima dos 9%, já os títulos indexados à inflação chegam a oferecer ganho real acima dos 5% ao ano.

Analistas de diferentes corretoras, estão fazendo recomendações para compras de títulos públicos com vencimentos no médio e longo prazo. No entanto, a grande dificuldade dos investidores está relacionada a dificuldade de comprar tais papéis, devido às diversas interrupções realizadas no programa.

Portanto, caros leitores, com a Taxa Selic em 3.75% e a Bolsa de Valores em pânico, a única coisa que podemos dizer neste momento é: Tenha calma e paciência, evitem grandes decisões, é seguro manter a cautela e aguardar pela estabilização do mercado financeiro e econômico de forma geral.

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