A educação financeira, possui grande importância na formação do cidadão. Entretanto, aqui no Brasil este assunto ainda não é tratado com a atenção que merece, nas escolas, por exemplo, a educação financeira ainda não faz parte da grade curricular dos alunos, como já ocorre em alguns países.
Investindo na educação financeira, certamente contaremos com um menor número de endividados no país. Os números atuais do endividamento no país assustam, uma pesquisa recente realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), divulgou que o percentual de famílias endividadas no Brasil é de 63,4%. Já o SPC – Serviço de Proteção ao Crédito informou que cerca de 62 milhões de brasileiros possuem restrições de crédito devido a contas em atraso.
Sabemos que a falta de conhecimentos básicos a respeito da educação financeira é um problema sério. Pensando nisso o Como Investir Dinheiro elaborou este conteúdo, repleto de conceitos e dicas a respeito da educação financeira. Se você deseja, melhorar a sua vida financeira, não deixe de acompanhar este artigo até o final.
Boa parte dos brasileiros não possuem o hábito de montar um planejamento financeiro, controlando os seus gastos e realizando provisões para os próximos meses, como resultado, na maioria dos casos o dinheiro acaba antes do que deveria.
O planejamento financeiro é um dos pilares da educação financeira. Como está o seu planejamento financeiro ou você ainda não possui?
Elaborar um planejamento financeiro não é uma tarefa complexa, ao contrário do que muitos pensam. Você pode montar um bom planejamento, através de uma planilha de Excel, aplicativos de celular ou então no tradicional papel e caneta.
Se você ainda não possui um planejamento financeiro, antes de continuar a leitura deste texto, separe papel e caneta, pois vamos precisar colocar as mãos na massa!
Anote em uma agenda ou então em uma planilha em seu computador, todas as suas receitas mensais. Considere como uma receita, todos os valores que você recebe dentro do período de um mês, que será o período base para elaborarmos o nosso planejamento, que precisa ser mensal.
Em uma nova coluna, à frente das suas receitas, detalhe cada uma das despesas que compõem o seu orçamento familiar, neste momento, também é interessante dividi-las em grupos por tipo de despesas, assim você descobrirá facilmente para onde a maior parte do seu dinheiro está sendo destinado. Veja um modelo, no exemplo abaixo:
Receitas
Total de Receitas: R$ 8.000,00
Despesas
Moradia
Total de Despesas com Moradia: R$ 1.900,00
Alimentação
Total de Despesas com Alimentação: R$ 700,00
Saúde e Bem-Estar
Total de Despesas com Saúde e Bem-Estar: R$ 800,00
Transporte
Total de Despesas com Transporte: R$ 1.370,00
Educação
Total de Despesas com Educação: R$ 800,00
Lazer e Vestuário
Total de Despesas com Lazer e Vestuário: R$ 750,00
Total Geral de Despesas: R$ 6.320,00
Total de Investimentos e Reservas Financeiras: R$ 1.680,00
O exemplo, acima retrata um orçamento mensal completo e organizado, você pode utilizá-lo como um guia para a montagem do seu próprio planejamento financeiro. Ao longo do texto, em alguns momentos, utilizaremos estas informações como exemplo.
Montar um planejamento financeiro básico, foi o primeiro passo para a sua educação financeira, vamos para o próximo.
Após montar um planejamento financeiro, você poderá visualizar com maior facilidade um panorama geral da sua saúde financeira.
Leve com você a seguinte lição a respeito da educação financeira: As despesas nunca poderão ser superiores às receitas e isto também inclui as despesas com cartões de crédito.
Para manter este equilíbrio, fuja de despesas parceladas nos cartões de crédito e também dos financiamentos bancários e juros do cheque especial.
É importante também anotar todas as suas despesas do dia a dia, por menores que elas possam parecer, pois ao final de um mês ou de um ano, elas poderão fazer diferença. Uma boa dica é utilizar aplicativos específicos de celular, que estão sempre a mão e podem ajudar nesta hora.
Você já ouviu alguém falar a respeito da regra dos 50/30/20? Ainda, não? Veja como ela funciona e a sua importância no apoio ao equilíbrio financeiro.
A regra determina o seguinte:
Despesas Fixas: Entenda como despesas fixas, aquelas que não costumam sofrer grandes variações e apresentam periodicidade mensal, como água, luz, telefone, aluguel, condomínio, mensalidade escolar, parcelas de financiamentos, entre outras.
Para todas as despesas que se enquadram neste grupo, reserve 50% do seu orçamento.
Caso as suas despesas fixas, estejam ultrapassando este percentual, revise cada uma delas e busque por formas para reduzi-las, caso contrário você poderá perder o controle sobre os seus gastos.
Despesas Variáveis: Considere como despesas variáveis, aquelas ligadas ao seu bem estar e lazer e que portanto não são fixas, podendo sofrer algumas variações, como: viagens, roupas e calçados, salão de beleza, ingressos para o cinema, entre outras.
Para as despesas variáveis reserve 30% do seu orçamento.
Reservas e Investimentos: Para garantir a sua saúde financeira, reserve 20% do seu orçamento para formar a sua reserva financeira e aplicar em investimentos.
A regra dos 50/30/20 é muito simples e importante para melhorar a nossa educação financeira e cuidado com o nosso dinheiro.
No planejamento do tópico anterior, observe que reservamos aproximadamente 20% dos recursos para formação de uma reserva de emergências e também para aplicar em investimentos. Por falar em reserva de emergências, este é o nosso próximo tópico!
A reserva de emergências, também é um importante pilar para a educação financeira. O seu objetivo é oferecer maior segurança e estabilidade ao nosso planejamento, evitando que fatos imprevisíveis nos coloque em uma complexa situação financeira.
Uma boa reserva de emergências, deve levar em consideração entre 6 meses a 1 ano de despesas mensais. No nosso planejamento financeiro, possuíamos uma despesa mensal geral de R$ 6.320,00, com base nessa informação vamos encontrar o valor ideal para nossa reserva de emergências:
Após conhecer a nossa margem para emergências, devemos escolher aplicações de alta liquidez, ou seja possibilidade de resgate rápido, com exceção da poupança para manter o dinheiro aplicado gerando algum lucro.
Neste caso, sugerimos opções da renda variável, como o Tesouro Selic.
Após seguir os passos anteriores, equilibrando suas finanças e formando a sua reserva de emergências, chegou o momento de investir o seu dinheiro.
Lembra dos 20% destinados para a reserva de emergências e investimentos? Elas já podem ser completamente alocadas na formação de uma boa carteira de investimentos.
Monte uma carteira diversificada com opções na renda fixa e também na renda variável. De acordo com os seus objetivos e perfil de investidor, vale a pena pensar na renda variável em busca de melhores rentabilidades. Afinal, se você seguiu as nossas dicas, você já conta com uma boa reserva de emergência em opções da renda fixa.
Na renda variável busque por opções como fundos de investimentos imobiliários ou ações, dê preferência aquelas que oferecem os melhores dividendos mensais. Afinal, na renda variável você poderá lucrar basicamente de duas formas:
Pode parecer que o conteúdo até aqui foi extenso e que o caminho é longo e árduo. Contudo você só alcançará o seu objetivo começando pelo planejamento financeiro. Não perca mais tempo, inicie o seu planejamento agora mesmo, equilibre suas finanças, monte suas reservas de emergência, invista e receba rendimentos para por fim alcançar a sua completa segurança e independência financeira!
Percebeu como a educação financeira pode transformar a vida das pessoas? Então compartilhe o seu aprendizado com amigos e familiares!
Veja também: Como começar a investir em 7 passos ?