Na última quarta, 29 de julho, o Banco Central anunciou que lançará no mercado uma nova cédula do real: a nota de R$ 200 reais.
A novidade foi aprovada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e deverá ser lançada oficialmente já no final do mês de agosto.
Segundo o Banco Central, a primeira tiragem da nota será de 450 milhões de unidades ou seja, R$ 90 bilhões de reais.
Já o animal escolhido para ilustrar a nova cédula, será o lobo-guará. Desde 2001, o Banco Central já havia realizado uma pesquisa para escolha de alguns animais em extinção que poderiam ser representados nas cédulas do Real.
Na época, os mais votados foram a tartaruga-marinha, que é utilizada na nota de R$ 2 reais, o mico-leão-dourado, utilizado na nota de R$ 20 reais e o lobo-guará que será utilizado na nota de R$ 200 reais.
Mas, afinal o que levou o Banco Central a lançar uma nota de R$ 200 reais? Isso é o que descobriremos ao longo deste artigo!
De acordo com a Diretora de Administração do Banco Central, Carolina de Assis Barros a decisão pela criação da nota de R$ 200,00 reais leva em consideração a crise provocada pela pandemia do coronavírus.
Segundo a diretora da instituição, as pessoas estão guardando mais dinheiro em espécie devido a situação de incerteza que estamos vivenciando nos últimos meses. Veja o que ela disse:
“Em momentos de incerteza, as pessoas tendem a fazer saques e acumular reserva”, afirmou a diretora. “As casas impressoras de dinheiro foram desafiadas a produzir um maior volume em uma menor quantidade de tempo. É desafiador, porque há limitações fabris, de insumo e de produção das máquinas.”
Para comprovar a tese do entesouramento de recursos. O Banco Central divulgou números que demonstram o crescimento do “entesouramento” do papel moeda, aqui no Brasil.
Os números apresentados pelo BC apontam que em dezembro de 2019 circulava no Brasil, R$ 281 bilhões de reais em dinheiro vivo. Já para o ano de 2020, a previsão do Banco Central era de R$301 bilhões, também no mês de dezembro, época que a economia está aquecida em virtude das festas de final de ano.
No entanto, a pandemia fez com que o cenário esperado pelo Banco Central não se confirmasse. Sendo assim, já temos um pico de R$342 bilhões em dinheiro “vivo” em circulação no mercado ou “entesourado” pelas pessoas.
Outro fator considerado pelo Banco Central e pelo Conselho Monetário Nacional, é a maior necessidade de dinheiro em espécie para o pagamento do auxílio emergencial, criado pelo Governo Federal para auxiliar a parte mais vulnerável da população durante a pandemia.
A estimativa do Governo é que o auxílio emergencial gere uma despesa de R$ 254 bilhões aos cofres públicos, sendo que boa parte destes recursos estão sendo sacados em espécie pelos beneficiários.
Além do saque em espécie de um volume significativo do papel moeda, o Banco Central argumenta que esse dinheiro está ficando em poder do brasileiros, não voltando para o sistema financeiro e os cofres bancários na velocidade esperada.
Logo, a instituição está agindo de forma preventiva para que não falte dinheiro em circulação neste momento de pandemia.
Recentemente o Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou um gasto extra de R$ 437 milhões para impressão de cédulas.
Segundo informou o secretário de Orçamento Federal do Ministério da Economia, George Soares, os valores foram incluídos no orçamento de 2020.
O secretário disse ainda, que Banco Central informou em ofício ao CMN que a procura por cédulas bateu recorde do período pós plano Real – ou seja, nos últimos 26 anos.
“Falam que verifica-se, desde abril, um crescimento acima de qualquer padrão desde os 26 anos de real, ultrapassando R$ 335 bilhões ao final de julho, cerca de R$ 90 bilhões acima da previsão para o período”, declarou o secretário.
Por fim, vale destacar, que apesar do custo extra para impressão da moeda, o Governo considera que com notas de maior valor em circulação, os custos operacionais para impressão, distribuição e transporte de valores podem ser reduzidos.
O último lançamento de papel moeda no Brasil, ocorreu há 18 anos, quando a nota de R$ 20 reais foi lançada. Um ano antes, em 2001, também houve o lançamento da nota de R$ 2,00. Por outro lado, houve a aposentadoria da nota de R$ 1,00 em 2005.
Em geral, o lançamento de novas cédulas têm por objetivo atender as necessidades da população e diminuir as transações feitas com dinheiro vivo, economizando com impressão de papel moeda.
Para entender, este objetivo, basta pensar que para imprimir determinado valor em notas de R$ 200 reais, o Governo terá metade dos custos que teria para imprimir o mesmo valor em notas de R$ 100 reais, por exemplo.
O anúncio do Banco Central, pegou muita gente de surpresa e fez a internet parar. Seria o lançamento da nova nota um indicativo ou um fator para o aumento da inflação?
Para o Banco Central, não. Afinal, conforme falado anteriormente, a instituição argumenta que a impressão de uma nova cédula se justifica pelo maior quantitativo de dinheiro em espécie entesourado, ou seja, guardado pelas pessoas e empresas fora das instituições financeiras.
Apesar, dos argumentos apresentados pelo Banco Central, a internet não perdoou, e o assunto foi destaque no Twitter, veja alguns comentários:
O próximo passo será cortar zeros e chamar de Real Novo…
@ProfetaAspereza
É brincadeira, né? Nossa moeda desvalorizou tanto assim para emissão de notas de R$ 200,00? Lembro quando era criança na década de 80 dos milhões de Cruzeiros ou Cruzados, do Cruzado novo. Que fase, meu Deus!
@vancantero
Isso aconteceu na época do Cruzeiro nós tínhamos notas de 1, 2, 5, 10, 20, 50, 100, 200, 500, 1.000, 5.000 e 10.000 cruzeiros e não adiantava.. quando a moeda perde o valor imprimir mais papel não melhora nada…
@Sil914619999
A gente mal consegue trocar uma nota de 100 no comércio, avalie de 200.
@marakarina
Se já era difícil encontrar uma Garoupa, imagina um Lobo-Guará…
@Sabio Brasileiro
Se já temos troco pra nota de 100, quem dirá pra 200,00…quem teve a idéia deve estar nadando em dinheiro, deveria colocar mais de 5,00 e 10,00 para circular e não 200,00 afff
@sr_nepomuceno
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